Lula e Macron enfrentam desafios com o protagonismo do Congresso

No Brasil, o governo do presidente Lula enfrenta desafios semelhantes aos da França
Foto: InstagramLual e Macron
Lual e Macron

Cada eleição é um momento crucial para a manutenção ou mudança do poder governamental. Na França, conquistar verdadeiramente o poder exige a vitória em duas eleições sucessivas: uma para o Parlamento e outra presidencial. Essa necessidade de dupla vitória define a duração do poder, como em 1981, quando a dissolução da Assembleia levou à necessidade de uma nova eleição para garantir a maioria necessária para governa a pelo presidente François Mitterrand forçou a realização de novas eleições parlamentares. Esse movimento foi estratégico para garantir que o Partido Socialista conquistasse a maioria necessária para implementar suas políticas governamentais, consolidando o poder executivo.

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A situação de coabitação na França, onde o presidente e o primeiro-ministro pertencem a partidos opostos, é uma característica do semipresidencialismo. Atualmente, a França vive uma situação onde a direita venceu o primeiro turno das eleições parlamentares, e o presidente Emmanuel Macron terá a função de tribuno, se confirmar o primeiro-ministro é de direita. Macron busca desesperadamente impedir a ascensão da direita na França e evitar que ela chegue ao poder em 2027. Essa convivência entre presidentes e primeiros-ministros de diferentes partidos requer habilidades intensivas de negociação e compromisso. O partido Reunião Nacional (RN), de direita radical, conseguiu mais uma vitória — e está agora mais perto de alcançar seu objetivo de transformar radicalmente a política francesa.

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Comparando com o Brasil, o governo do presidente Lula enfrenta desafios semelhantes em termos de protagonismo e influência no Congresso Nacional. Assim como na França, onde o presidente precisa trabalhar com uma Assembleia potencialmente adversa, Lula também deve lidar com um Congresso diversificado e frequentemente polarizado. A habilidade de negociação e a construção de coalizões são cruciais para implementar políticas e projetos de governo, e Lula enfrenta a tarefa monumental de travar a ascensão de Lira caso seu indicado assuma em 2025. Lula acena a sucessores de Lira, mas pretende ficar neutro na disputa pela presidência da Câmara.

No caso específico do atual governo Lula, a necessidade de dialogar com diversos partidos e lideranças é fundamental para manter a governabilidade. A fragmentação do Congresso Nacional brasileiro, com múltiplos partidos representados, exige do presidente uma abordagem estratégica para garantir apoio suficiente para aprovar suas propostas. Isso inclui tanto a articulação política quanto a distribuição de cargos e recursos para consolidar alianças. Em uma conversa reservada em 1 de julho de 2024, o ex-presidente Bolsonaro confirmou sua estratégia para apoiar o “candidato de Lira” para a sucessão na Câmara, destacando a importância dessas alianças.

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Assim como Macron na França, Lula também assume um papel de liderança e negociação, buscando assegurar que seu governo tenha a maioria necessária no Legislativo para implementar suas políticas. A coabitação política, seja no modelo francês ou no contexto brasileiro, evidencia a complexidade e a importância da estratégia política para a manutenção do poder governamental e a execução de um programa de governo eficaz.

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