Polícia Federal apreende coleção ilegal de animais da África durante operação

Policiais investigavam esquema bilionário de lavagem de dinheiro quando encontraram acervo.

A Polícia Federal apreendeu uma coleção de animais selvagens empalhados durante uma operação contra lavagem de dinheiro. O acervo clandestino foi trazido da África.

Segundo informações do Fantástico, da Globo, os policiais realizavam uma operação no interior de São Paulo que investigava um esquema bilionário de lavagem de dinheiro, fruto de garimpo ilegal de ouro nos estados do Pará e Mato Grosso.

Ao chegarem na residência do empresário Arthur Rondini, em São José do Rio Preto (SP), os policiais se depararam com uma grande quantia em dinheiro, muitas armas, ouro e uma coleção de animais selvagens que incluía antílopes, búfalos, um leão, uma girafa e até um hipopótamo.

Foto: Reprodução/Globo

O Ibama informou que a maioria dos animais não possui documentação e que os animais foram caçados pela família.

“O investigado é caçador profissional. Ele praticava essa caça no continente africano, depois trazia a carcaça dos animais, depois são empalhados e estavam expostos na casa dele”, explica o delegado Gustavo Gomes, da PF.

No local foram apreendidos 19 animais, sendo que 12 deles não tinham licença para estar no Brasil. Os animais irregulares foram apreendidos pelo Ibama. Caso a ilegalidade desses animais seja comprovada, um inquérito será aberto para investigar o crime de contrabando de cada animal importado.

Os animais que estão legalizados foram apreendidos pela Polícia Federal como parte do bloqueio de bens. Eles permanecerão no imóvel do empresário, porém não poderão ser vendidos nem retirados do local.

A investigação aponta que Arthur praticava um tipo de caça conhecido como “caça enlatada”.

“O animal é criado amansado dentro de um ambiente controlado, tem os instintos ali suprimidos e é solto em um ambiente fechado só para o momento da caça”, explica João Alvarez de Sá, do Ibama.

Apesar da caça de animais selvagens não ameaçados de extinção ser permitida na África, para trazer os animais para o Brasil é necessária a autorização do Ibama. Também é o Ibama que autoriza o processo de taxidermia, mais conhecido como empalhamento, que pode custar mais de R$ 100 mil por animal.

A PF acredita que as viagens para caça na África e os procedimentos de taxidermia eram pagos com o esquema de lavagem de dinheiro.

“Ele tinha essa predileção, armas de grosso calibre, e essas viagens que ele fazia, que têm um custo muito alto. É uma forma que ele tinha de esbanjar ali o valor que ele obtinha de forma irregular, de forma ilícita”, relata o delegado.

Em nota enviada ao Fantástico, os advogados do empresário Arthur Rondini garantem que ele é inocente da acusação de lavagem de dinheiro. Eles ainda destacam que ele é CAC (Colecionador, Atirador esportivo e Caçador), que as armas estão regularizadas e ainda afirmam que os animais foram importados legalmente.

“A legalidade desses troféus está lastreada pela origem. Se a origem do troféu é ilegal, não tem como legalizar depois. Então, a não ser que ele apresente documento, ele não vai poder reaver esses troféus”, finaliza João Alvarez de Sá, do Ibama.

Leia também