Combate ao fogo no Pantanal é dificultado devido à composição do solo

Devido a essas características, somente apagar o fogo visível não é o suficiente.

Os incêndios no Pantanal aumentaram significativamente em 2024. A seca severa que afeta todo o Brasil nos últimos meses contribuíram para esse aumento. Até o mês de junho, mais de 372 mil hectares foram queimados. O combate ao fogo na região é difícil, não somente pela quantidade escassa de recursos e medidas preventivas.

Uma foto, tirada pelo fotojornalista Saul Schramm mostra a composição do solo, que contribui para dificultar o trabalho dos bombeiros. É possível ver diversas camadas, compostas por folhas e demais material orgânico, que segundo a tenente-coronel Tatiane Inoue, do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, se tornam material combustível.

"São várias camadas de sedimentação orgânica, que vão se acumulando ano após ano de enchentes e secas. Isso vira material combustível", explica.

Foto: Saul Schramm/Governo do MS

Devido a essas características, somente apagar o fogo visível não é o suficiente. Após extinguir as chamas, é necessário que as equipes de combate permaneçam no local por mais algum tempo, pois o subsolo ainda pode conter calor e fazer com que um novo incêndio comece, dessa vez iniciando por baixo da terra. Esse fenômeno é chamado de fogo de turfa ou fogo de subsolo e subterrâneo.

"Por isso que, quando a gente acaba extinguindo incêndio na superfície do solo, isso aqui [ela mostra a foto] acaba ficando com o fogo e caloria latente. Até que as condições atmosféricas daquele local acabam (ajudando) a reignir", finalizou a tenente-coronel em entrevista ao site Campo Grande News.

Para evitar o ressurgimento do fogo, é necessário lançar mais água no solo queimado, visando resfriar por completo o local. Outra forma de combate é acompanhar o surgimento de novos focos através da central de monitoramento, usando imagens de satélite.

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