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João Batista de Araújo da Cruz: Educador comprometido com o ensino e a política, promovendo análises imparciais e debates democráticos.

Conflito entre Diocese de Floriano e família Daguia ameaça festejos.

Manoel Daguia por décadas, foi uma figura central na organização dos festejos de N Sda Guia

A tradicional festa religiosa do Santuário Nossa Senhora da Guia, que completa 104 anos em 2024, está envolta em uma disputa acirrada entre a família do falecido líder comunitário Manoel Daguia e a Diocese de Floriano, da Igreja Católica Apostólica Romana. O conflito, que há anos vem crescendo, alcança novos contornos neste mês de setembro nas festividades da padroeira marcada para o dia 20.

A Tradição e o Legado de Manoel Daguia
Manoel Daguia, por décadas, foi uma figura central na organização dos festejos de Nossa Senhora da Guia no bairro que leva o mesmo nome em Floriano. Sua dedicação à comunidade e à padroeira consolidou a celebração como um dos eventos religiosos mais importantes da região. Após seu falecimento, sua família manteve o controle da organização dos festejos, o que começou a gerar atritos com a Diocese de Floriano, que assumiu uma postura mais direta na administração religiosa local.

Foto: arquivoIgreja N S da Guia
Igreja N S da Guia

O Rompimento e a Construção do Santuário São Pio de Pietrelcina
O ponto de ruptura entre a família de Manoel Daguia e a Igreja Católica Romana foi a construção do Santuário São Pio de Pietrelcina, também no bairro Nossa Senhora da Guia. A decisão da Diocese de erguer essa nova igreja foi vista como uma concorrência direta aos festejos tradicionais e um enfraquecimento do legado da família Daguia, dividindo a comunidade entre os que apoiam a nova igreja e aqueles que seguem a tradição.

 O Impasse sobre os Sacramentos
Outro ponto central da controvérsia é a cobrança e a administração dos sacramentos, como o batismo, durante os festejos de Nossa Senhora da Guia. A família de Manoel Daguia, que discorda da gestão da Diocese, contratou sacerdotes da Igreja Católica Brasileira para celebrar as missas e administrar os sacramentos. Isso gerou uma reação imediata da Diocese de São Pedro de Alcântara, responsável pela jurisdição da Igreja Católica Apostólica Romana em Floriano.

Em nota oficial, o bispo diocesano, Dom Júlio César Souza de Jesus, alertou os fiéis sobre a ilegitimidade das missas e dos sacramentos que serão celebrados no Santuário Nossa Senhora da Guia nos dias 11, 12, 18, 19 e 20 de setembro. Segundo ele, essas celebrações não estão em comunhão com o Papa Francisco e, portanto, não possuem vínculo com a Igreja Católica Apostólica Romana. A nota ressalta que participar de tais sacramentos pode levar à apostasia, excluindo os fiéis da comunhão com a Igreja até que busquem arrependimento e confissão.

A Comunidade Dividida
Essa série de divergências criou uma divisão significativa entre os fiéis. De um lado, estão os que seguem a tradição estabelecida por Manoel Daguia e participam das celebrações com os sacerdotes da Igreja Católica Brasileira. Do outro, os que apoiam as orientações da Diocese de Floriano, que reconhecem apenas as cerimônias em comunhão com o Papa. A construção do novo santuário de São Pio de Pietrelcina adiciona mais tensão à disputa, com muitas críticas à postura da Diocese de realizar eventos paralelos durante os festejos de Nossa Senhora da Guia.

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